domingo, 24 de junho de 2012

E se ?



 



















- Foi tão de repente que nem me lembro de nada.
- Quando ví o carro já estava capotado na grama.
- Bom, mas nem deu em nada, foi até divertido.
- Ta bom, ele tinha bebido um pouco, mas nem dava pra reparar.
- Estamos bem, todos bem...
- Meus amigos? Foram eles que me fizeram pensar:
- E se meu corpo girasse um pouco mais?
- E se não tivesse a árvore para nos parar?
- E se o cinto tivesse rompido?
- E se um de nós não resistisse?
- E se o olhar preocupado do Hugo fosse o último que eu veria?
- E se não pudesse me formar, crescer, ter filhos?
- E se essa história estivesse na prancheta de um policial?
- E se minha mãe tivesse que se arrumar, pra ir ao meu enterro?
- Talvez negar a carona.
- Podíamos esperar a bebedeira passar, nada aconteceria!
- Talvez agir com mais responsabilidade!
- Descobri que minha vida é mais importante para quem me ama, que para mim mesmo!
- Percebo hoje que desafiar a morte não tem tanta graça!
- Percebi que beber e dirigir não combina!
- Descobri a risco de perdê-la, que amo minha vida.

Antes de beber, pare e pense: - E se você for o próximo a contar essa história?

                                                                                                                                       Jamerson Murta, 

sábado, 16 de junho de 2012

Beija-Flor



Tudo está programado,
viemos para partir.
Mas tento ficar acordado,
não apenas existir.

Vivemos para amar,
sorrir e admirar.

Viemos para encantar,
nos envolver e apaixonar.

Vencer não tem valor,
para quem nunca foi derrotado.
Não tem brilho compor,
se nunca esteve apaixonado.

No fim o corpo desgasta,
nos restam apenas lembranças,
das vezes que mantivemos a fé
e de quando perdemos as esperanças.

Esperança que se assemelha a um beija-flor,
que aproveita a luz do dia,
para beijar tudo o que tem cor.

Alegria que em mim é natural,
sigo com ela ate o final,
insisto ainda se estiver mal.

Nessa passagem agradeço a vocês
que me abraçaram, amaram e ensinaram
um abraço, um dia e uma lição por vez.

                                               
                                   Jamerson Murta,